quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aix-en-Provence: cidade das mil fontes


Peter Mayle, autor inglês da obra Um Ano na Provence sugere que, para conhecer a Provence profunda, autêntica, deve-se explorar o interior ao norte de Mont Ventoux, a pé ou de biscicleta, e se perder.
Para ele, o Luberon é impressionante. Vilas como Bonnieux, Menérbes e Gordes, só podem ter sido feitas para ser fotografadas. Eu não conheci as duas primeiras, mas Gordes é destino obrigatório para quem vai à região.
Não preciso dizer que o livro é uma leitura obrigatória para quem pretende conhecer essa fantástica região francesa. Folheando suas páginas, você encontrará tudo o que precisa saber para aproveitar o que a Provence oferece de melhor.
Neste blog, você pode conferir dica dada pelo Peter (olha que intimidade...rsrsrs), em entrevista para a repórter Rachel Verano, que repete o que venho dizendo em todos os posts que escrevi sobre a Provence: "Escolha uma base, alugue um carro e planeje uma série de viagens. Há tanta coisa para ver que você não precisará ir muito longe. E, independentemente de onde estiver,  não corra. Relaxe! Lembre-se de que você sempre poderá voltar."
Depois que você conhece um ou dois vilarejos da Provence, nem precisa ser Peter Mayle para constatar isso, pois este é o espírito da região e de seus habitantes.
Chegamos em Aix pela manhã e resolvemos sair pela cidade sem rumo certo. Não tínhamos muito tempo e, pra dizer a verdade, em Aix, não seguimos os conselhos que venho dando aqui. Já diz sabiamente o ditado popular: "Faze o que digo, mas não faze o que faço".
Espere, deixe-me explicar. Isso somente aconteceu porque o tempo era curto já que tínhamos que voltar para Itália no mesmo dia e ainda pretendíamos passar em Grasse (totalmente dispensável, a meu ver), antes de pegarmos a estrada de volta a Centallo.
Então, pernas para que te quero!!! Andamos por Aix apenas para ter uma impressão do lugar e me arrependo de não ter dedicado ao menos um dia para conhecê-la melhor, já que a cidade é extremamente vibrante.
É uma cidade que foge um pouco dos padrões provençais aos quais já estávamos nos acostumando. 
A população que transita em Aix é jovem, atraída por suas universidades e escolas de artes.
Outra curiosidade que vale a pena mencionar é que Aix é a terra natal do pintor Paul Cézanne e, do mesmo modo que as pessoas visitam Saint-Rémy-de-Provence em busca de vestígios da passagem de Van Gogh, em Aix as pessoas procuram rastros desse famoso artista. E não é difícil achá-los, já que várias calçadas estão marcadas com a letra C dourada, indicando seus passos.
Quem pretende visitar a cidade não pode deixar de conhecer o Atelier Cézanne (que permanece intacto desde sua morte), e, outra dica de um bom passeio foi dada por Rachel Verano, no blog Viajar Bem e Barato:
"Uma dica que quase ninguém conhece e que foi uma grata surpresa graças a uma velhinha que nos interceptou no meio da rua: ao sair do ateliê, continue subindo a rua até encontrar umas escadinhas do lado esquerdo. No alto delas fica uma pracinha onde Cézanne pintou vários quadros – réplicas dos principais deles estão lá (é curioso comparar como a vista mudou com o crescimento da cidade)". Essa nós não conhecíamos e ficou a vontade de voltar lá pra conferir.
A principal rua da cidade se chama Cours Mirabeau (a rua é cheia de árvores de um lado e do outro), e com cafés, livrarias e jovens circulando. Um astral.
Vale à pena também fazer uma caminhada pela cidade antiga e pelo Quartier Mazain. Tem mercados e  cafés por lá também.
Imprescindível mesmo é fazer uma parada na doceria Béchard (que tem mais de um século). Os doces são uma perdição de tão gostosos e o visual da loja faz você, literalmente, comê-los com os olhos.
Então, fica aqui a minha dica:

1. Béchard: 12 Cours Mirabeau

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Visitando Arles


No post anterior, comentei sobre a possibilidade de se constatar in loco as marcas deixadas pelo Império Romano na Provence e da passagem de artistas renomados, como Vicente Van Gogh em cidades como Saint-Rèmy-de-Provence e Arles.

Essas curiosidades desvendadas durante uma viagem dão um plus significativo. Eu acho super bacana estar em um lugar e saber um pouco mais sobre a vida de pessoas como Van Gogh e Cezanne (falaremos mais sobre este último no post sobre Aix-en-Provence).
Geralmente, nós não viajamos em busca de evidências da passagem de pessoas como estes artistas pelos destinos que escolhemos, isso acontece por pura coincidência. Mas é muito bom deparar com a tumba de Maquiavel (em Florença), por exemplo. Ou ver a múmia de Cleópatra (Museu Britânico, Londres). Ou saber que Van Gogh pintou vários quadros inspirado pelas paisagens de Arles.
Muitos turistas viajam, exclusivamente, para seguir os passos que artistas importantes como estes deixaram pela Europa. Traçam seu roteiro e visitam apenas esses lugares, assim como acontece com o tuismo religioso. É um outro estilo de viagem e deve ser feito por quem curte e conhece bem a vida desses artistas, do contrário, correrá o risco de tornar seu passeio frustrante e sem graça.
Para quem pretende investir nesse tipo de turismo eu aconselho planejar muito bem sua viagem, além de  ter um conhecimento prévio sobre o seu artista inspirador. Não entre nessa onda só por modismo ou por achar que quem faz isso é mais cult do que outras pessoas. O legal é ser você mesmo, portanto não se preocupe com o que os outros vão pensar.
Bom, Arles é uma cidade super charmosa da Provença. Já disse isso sobre as outras, não foi? Mas é assim mesmo...Não dá pra falar mal. São lugares tranquilos, onde o turista passeia por suas ruelas com calma, sem pressa. A oportunidade de apreciar os detalhes de lugares como este, nem "credicard paga". Almoçar às pressas ou viver com a sensação de estar perdendo tempo quando parar para comer um crepe na rua não fazem parte deste tipo de viagem.
Estão vendo que eu sou suspeitíssima para falar sobre regiões como a Provence...
Chegamos em Arles à tarde e nossa primeira tarefa foi procurar um hotel para passarmos à noite.
Primeira surpresa: existem vários hotéis bons na cidade com diárias razoáveis. Bom demais! Demos uma volta para fazer uma pesquisa rápida e optamos por um hotel localizado no centro da cidade, cuja diária nos custou 65 euros (uma pechincha se compararmos com outras cidades). O hotel, além de super bem localizado, possuía quartos aconchegantes e bem decorados.
Depois de tomarmos um merecido banho, resolvemos explorar um pouco a cidade e jantarmos em seguida.
A cidade estava mais agitada do que as demais que visitamos pois recebia alguns grupos de jovens estudantes em passeio escolar.
Dia seguinte, saímos prontos para desbravá-la como ela merecia.
Mais vestígios do Império Romano...
Sem brincadeira, esse povo estava em todo o canto!
Não é preciso andar muito para se deparar com o enorme Anfiteatro Romano (talvez a maior atração turística da cidade), localizada no centro da vila.
Vê-se logo que a construção  foi inspirada no Coliseu de Roma.
Caminhando pela rua lateral do anfiteatro se encontram várias lojinhas de souvenirs super charmosinhas.
Outros pontos turísticos de Arles que merecem uma visita: Place de la Republique (principal praça da cidade), Museu Lapidaire, Museu Arlaten, Catedral de São Trifimo, Igreja de Santa Ana, as ruínas das Termas de Constantin, o criptopórtico do Fórum (galerias subterrâneas).
Não deixe de conferir o Café Terrace, pintado por Van Gogh.

FICAR:
O Booking.com dá 34 opções de hotéis em Arles, mas eu sugiro o "Logis De La Muette" (15, Rue Des Suisses), pois é super bem localizado, possibilitando conhecer a cidade a pé.  

DICA:
Fuçando pela web, deparei-me com o Blog As Voltas do Vento. Vale à pena dar uma conferida no post que fala sobre Arles  


terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que Van Gogh viu em Saint-Rémy-de-Provence



Depois de nossa agradável visita à Lourmarin, partimos rumo à Saint-Rèmy-de-Provence, cidade localizada na Provença-Alpes-Costa Azul.
Para quem não sabe, Saint-Rèmy-de-Provence foi o lugar onde Nostradamus nasceu e onde Vicente van Gogh passou um tempo internado em um centro psiquiátrico para tratamento. O local, inclusive, é ponto turístico da cidade.
Saint-Rèmy impressiona por sua beleza e não por acaso seus arredores inspiraram Van Gogh a produzir várias de suas obras.

Resolvemos almoçar por lá antes de seguir para Arles, onde passaríamos a noite, e não nos arrependemos.
Escolhemos o restaurante de forma bastante aleatória, meio que seguindo nossos sentidos. E acertamos na mosca!
O restaurante era do tipo BOM e BARATO (perfeito!), com menus que variavam entre 15 e 18 euros, incluindo a sobremesa. Uma delícia!!! Pedimos um vinho da casa (que na Europa é sempre uma boa pedida), o que tornou nossa refeição mais saborosa.
O ponto alto da visita ficou por conta das ruínas romanas da cidade de Glanum.
Pudemos observar claramente vários monumentos dispostos ao longo de um rua central, que caractrizam as cidades da Roma Imperial. É possível perceber um santuário com templos pequenos. No meio, está o centro com uma monumental Basílica, o Fórum, a Cúria e templos. Em seguida, vem a área residencial e barracas.

Segundo historiadores, os habitantes de Glanum (os que sobreviveram às invasões bárbaras), fundaram a pequena cidade de Saint-Rèmy-de-Provence.
Para dizer a verdade, o que me impressionou mesmo nesta viagem foram as edificações romanas que encontramos por todas as cidades que visitamos. Em todas elas tinha um monumento romano. O povo andava...
Aliás, a passagem dos romanos pelos vilarejos da Provence pode ser constatada através de coliseus, templos, teatros, anfiteatros, aquedutos, estradas, enfim, uma série de elementos da Roma antiga estão concentrados no Sul da França.
Navegando pela web, encontrei um texto super legal sobre o assunto: "DESCUBRA ELEMENTOS HISTÓRICOS DA ROMA ANTIGA NO SUL DA FRANÇA", que você pode ler aqui.

ONDE COMER:
1. Saveur de Provence: 51, Rue Carnot, 13210




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lourmarin

Passada a primeira noite na Provence, mal dormida num hotelzinho achado às pressas em Apt, rumamos logo cedo em direção à Lourmarin, vilarejo rural apontado como uma das mais belas aldeias da França.
Incluimos esse vilarejo em nosso roteiro depois de assistirmos a uma reportagem no Globo Repórter, onde a jornalista Sônia Bridi desvendava os mistérios de se comer bem na França.
É o tipo de vilarejo que pode ser visitado no estilo bate-e-volta, partindo de uma cidade maiorzinha onde você esteja hospedado.
Uma manhã ou uma tarde é tempo suficiente para andar por suas ruelas charmosas, apreciar as simpáticas lojinhas de decoração e as boulangeries locais.
O clima do lugar é bucólico e suas ruas estreitas são perfeitas para uma caminhada despretenciosa.
Chegamos pela manhã e a impressão que tivemos foi a de um despertar preguiçoso. Clima ameno de primavera e moradores comprando pães e queijos franceses para o café da manhã. Parecia cenário de um filme!
Não se tem muito o que fazer (ainda bem), portanto, o legal é observar a arquitetura típica e as encantadoras casas antigas restauradas (com janelas cor de lavanda) e as bem sombreada praças públicas.
Não por acaso, resolvemos tomar nosso café da manhã em Lourmarin e mergulhamos de vez na atmosfera gentil Provençal.
Destaques:
1. Castelo de Lourmarin: além de interessante, guarda fotografias de grandes personalidades que já visitaram a vila. Na saída, não deixe de passar na "cave" do castelo onde se pode comprar maravilhosos vinhos da região por reços accessíveis.
2. Sexta-feira de manhã é dia de marcado livre.
Curiosidade:
1. Albert Camus morou em Lourmarin.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Resumo das cidades provençais Apt e Gordes

Conforme falei no post anterior, incluímos no nosso roteiro algumas das principais cidades da Região da Provença. O interessante deste tipo de viagem é usar uma cidade maiorzinha como base e passar o dia conhecendo os inúmeros vilarejos rurais localizados nas suas proximidades e não faltam opções para todos os gostos. Porém, você só vai saber se fez as escolhas certas depois que chegar lá e conferir.
Como já falei aqui, nós pesquisamos sobre todos os lugares para onde fomos, mas nos orientamos muito por dicas também e pegamos pitacos de alguns roteiros. Acertamos alguns, mas outros deixaram a desejar.
Por isso, aconselho a todos buscarem muita informação e usarem um pouco da intuição pessoal. Não basta apenas pegar uma dica de alguém que amou um lugar porque essa pessoa pode ter um gosto totalmente diferente do seu.
É sempre bom ver fotos da cidade, dar uma conferida lá no wikipédia, traçar uma rota básica no google maps e checar o booking (para ver os hotéis disponíveis no lugar, e, quem sabe, reservar previamente).
Fazer isso é básico!!! Viajar às cegas nunca dá certo (salvo raríssimas exceções).
Nossa primeira parada foi em APT , uma cidade bonitinha, mas crescidinha demais para o meu gosto.
Nesta viagem eu queria mesmo era conhecer os vilarejos miudinhos, cujo charme e atrativo estão justamente no fato de serem pequenos. Queria era andar sem pressa, curtindo cada detalhe do lugar. O centrinho de Apt é bem organizado, mas depois que a gente andou por outras cidades do mesmo porte, chegamos a conclusão de que eles se parecem muito, especialmente, as ruelas turísticas, cujas lojas vendem basicamente os mesmos produtos (parece que só existe um fornecedor de sachês, sabonetes e afins em toda a região).
Já nos vilarejos a história é um pouco diferente. É quase certo encontrarmos uma padaria artesanal (aquelas que fazem pães fantásticos) ou uma lojinha vendendo compotas de doces caseiros. Elas sempre têm um diferencial.
A idéia desse tipo de turismo é exatamente oposta a de quem vai para lugares agitados: você tem que sentir prazer com as coisas simples e isso nem todos os turistas conseguem fazer. De Apt nós seguimos rumo à GORDES, uma cidade fantástica (que fica a 40 km de Avignon e a 100 km de Marselha), cujas casas são feitas de pedra clara e que foram construídas colina abaixo. Nunca vi nada igual!!
Chegamos a Gordes no início da tarde. A cidade estava bastante tranquila com poucos turistas, o que facilitou nosso passeio despretencioso por quase todas as suas ruelas charmosas e por seus jardins floridos (era primavera).
Em Gordes, nós decidimos procurar um hotel da rede bed and breakfast para dormirmos, pois pretendíamos pernoitar nas redondezas de nosso próximo destino: Saint-Rémy-de-Provence. Esse foi o graaannnndddeee stress da viagem. As placas afixadas na beira da estrada davam a entender que o hotel estaria próximo àquele ponto. Só que eles não estavam e perdemos muito tempo (e gasolina) retornando para a estrada principal.
É mais ou menos assim: você tá na rota principal, vê uma placa dessa rede de hotel/pousada, acha que ele está próximo, aí pega a estradinha que a placa aponta. Anda, anda, anda...mais na frente você vê uma outra placa do mesmo hotel dizendo para você pegar essa outra estradinha, aí você (que já está ali mesmo) termina pegando e anda mais um bocado até perceber a existência de uma outra placa apontando para uma nova estradinha, então, você volta todo o percurso achando uma sacanagem o que esse hotel fez. Nisso você perde, pelo menos, uma hora.
Acontece que não foi um caso isolado, isso aconteceu pelo menos três vezes, até nós decidirmos dormir em Apt num hotelzinho achado às pressas, tarde da noite.
Nada romântico para a nossa primeira noite na Provença.
DESTAQUES:
1. Gordes: Para a igreja de origem romana e o castelo Renascentista, de fundações galo-romanas, atualmente ocupado pela Câmara Municipal e pelo Museu Pol Mara do pintor flamengo contemporâneo.
2. Terça-feira de manhã é dia de mercado.
CURIOSIDADE:
Ao contrário de nossas feiras que vendem basicamente frutas e verduras, os mercados livres europeus vendem de tudo, roupas, panelas, artigos de decoração, queijos, verduras, bijus, relógios, enfim, você pode comprar artigos super diferentes por uma pechincha!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Onde foi que eu parei?


Cruzando os Alpes rumo à França
 Quando você pensar em viajar pela Provença, deixe de lado a pressa, ansiedade e permita-se fazer um passeio relaxado e tranquilo. Diferentemente dos outros roteiros turísticos que você possa ter feito, aqui não há lugar para correria, tampouco se vê enormes filas para nada.
Lá devemos apenas observar, caminhar, degustar, apreciar, ouvir, conversar, rir.
Esqueça o tempo e se entregue aos cheiros e sabores locais. Tudo nos vilarejos que formam a Provença merece sua atenção e nada deve passar despercebido.
A paisagem, por si só, vale a viagem, pois exerce sobre o viajante um apelo tentador através de suas montanhas de formatos exóticos e das incontáveis plantações de lavanda.
Aliás, plantações de lavanda não faltam na Provença. Portanto, eu aconselho não parar em todas elas para tirar AQUELA foto. Existem várias pelo caminho e sempre aparece uma maior do que a outra para fotografar.
Nossa viagem pelos Alpes rumo à Provença foi super bacana, primeiro por ser um roteiro um tanto exclusivo (já que só pode ser feito de carro), segundo pelas companhias.
Ao longo de todo o percurso podem ser vistos muitos vilarejos, sendo a maioria formado por casinhas de pedra, aliás, essa é uma exigência das Comunas (como os italianos chama seus municípios), para manter o clima rústico do lugar.
Conhecemos a charmosa Sambuco, onde tivemos a oportunidade de tomar água natural que escorria das montanhas e jorrava numa fonte ao lado da casa que nossos amigos possuem nessa cidade. A água é super leve e estava bem geladinha, já que ainda havia bastante neve na ponta das montanhas.


SAMBUCO
 Esses pequenos vilarejos são destinos altamente procurados pelos europeus durante o inverno para a prática de esqui e esportes afins. Durante o verão, o interesse muda para as trilhas, passeios de biscicleta ou, simplesmente, para fazer pequeniques com a família.
A paisagem é exuberante e vale todas as fotos que tiramos durante o trajeto até APT, primeira cidade da Provença que nós visitamos.
Aliás, nosso percurso (cujas cidades foram pesquisadas à exaustão), incluía APT, GORDES, LOURMARIN, GRASSE, MURS, AIX-EN-PROVENCE, SAINT-RÉMY-DE-PROVENCE, ARLES (não nessa ordem).
Falarei um pouco mais sobre esses lugares nas próximas postagens.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Provença, enfim

Decidimos conhecer algumas cidades da Provença devido à minha vontade, cada vez maior, de fugir dos grandes centros urbanos. O que me chamou mais atenção na primeira vez que fui à Europa foram as pequenas cidades e vilarejos, cujas peculiaridades e rotina são muito mais atraentes do que a agitação das grandes capitais. Isso não quer dizer que não ache Paris, Londres e Nova Iorque, por exemplo, cidades interessantes, mas é que o tempo passa mais devagar nas pequenas e charmosas cidades européias devido ao estilo de vida de seus habitantes. Por esses motivos - aliando-os com as imagens obtidas através da internet -, decidimos que, esse ano, nós conheceríamos algumas cidades da Provença. Começamos a traçar, então, nossa viagem. Bom, em primeiro lugar, é preciso saber que não existem trens ligando a grande maioria das cidades dessa região (o que as torna mais encantadoras ainda devido a dificuldade de acesso de turistas).
Portanto, quem quiser viajar pela Provença tem que alugar um carro. Não tem outro jeito! Você pode retardar um pouco o custo do aluguel, pegando um trem, por exemplo, de Paris até Avignon, Aix-en-Provence e Lyon; de Avignon para Aix-en-Provence e Arles (que são cidades um pouco maiores), mas daí, você tem que procurar uma locadora, pois só o carro te possibilitará enveredar pelo interior (que eu julgo ser a parte mais interessante da Provença). No nosso caso, não fizemos nem uma coisa nem outra, preferimos programar nossa viagem com um casal de amigos bem legal que mora na Itália e com os quais havíamos nos comprometido a viajar juntos um dia. Procuramos saber a disponibilidade deles com certa antecedência e, para nossa alegria, eles puderam tirar três dias de folga para viajar conosco. Perfeito!
Eles moram em Centallo, na província de Cuneo que fica, mais ou menos, duas horas e meia dos Alpes Altos da França, ou seja, uma região que Umberto conhecia bem.
E foi por conhecer bem esse lugar que ele sugeriu seguirmos pela Rota de la Bonette, roteiro bem mais interessante e exclusivo. Já começamos nossa viagem no espírito provençal! Isto porque auto-estrada é sinônimo de alta velocidade, ronco de motores, ao passo que a Rota de la Bonette representa o silêncio e a tranqüilidade dos Alpes (que ainda estavam branquinhos de neve naquele mês primaveril). Enfim, tudo o que queríamos aqueles dias depois dos transtornos causados pela fumaça do vulcão e dos dias agitados em Florença. Outra coisa, quando estávamos planejando nossa viagem, percebi que um recurso que o bom viajante não pode abrir mão é o GOOGLE MAPS. Acessando-o, você pode ver os locais que pretende conhecer, através de imagens, além de visualizar a distância de um ponto a outro. Você pode também salvar seus mapas para acessá-los onde e quando quiser, basta fazer o login com uma conta GMAIL. O google maps nos ajudou muito na escolha dos lugares que visitaríamos dessa vez, pois estávamos levando em consideração, principalmente, a distância entre eles (que deveria ser curta para nos possibilitar conhecer mais cidades). Mas, cá para nós, na hora H, percorrendo os caminhos sinuosos da Provença, o que funcionou mesmo foi um bom mapa da região que Umberto, nosso amigo italiano, possuía. Aliás, esse é um outro fator que muda o resultado de qualquer viagem de bom para excelente: viajar com alguém que more ou que já tenha ido alguma vez para o lugar que você pretende conhecer.
Embora viajar acompanhado por outras pessoas implique em ter que ceder de vez em quando, em manter o espírito coletivo sempre alerta e ter que ajustar seus interesses com os do outro, o fato é que quando alcançamos esse equilíbrio, a viagem se torna ainda mais prazerosa
Não esqueçam de que companheiros mal escolhidos resultam em viagens frustradas! Dessa vez, resolvemos apostar e acertamos. Umberto e Rogéria foram excelentes companheiros de viagem e já estamos programando a próxima viagem.
PLANEJE-SE:
Quando começar a planejar suas viagens para Europa, acesse o site da Eurail para consultar as tabelas oficiais de horários das ferrovias para informações atualizadas e para saber sobre horários e conexões ferroviárias entre um grande número de cidades européias.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tentando me organizar

Estou tentando a todo o custo organizar minhas idéias e lembranças para escrever um post sobre a nossa viagem pela "Provence" (no francês mesmo que é mais chic). As cidades são lindas e merecem um registro digno e bem escrito.
Mas, tô meio sem tempo, não tô conseguindo parar para escrever, reunir fotos, dicas, enfim, tenho que me dedicar para reunir isso tudo num texto.
O trabalho tem exigido muito de mim e nós, também, estamos programando nossa próxima viagem. Surpresa, por enquanto.
Primeiro, quero falar sobre Gordes, Lourmarin, Apt e Aix-en-Provence.
Espero que dê para fazer isso semana que vem. Também pretendo relacionar esses posts unindo-os com receitinhas e dicas de vinhos.
Bom, os projetos existem e são muitos para este blog, falta um pouco de tempo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mais um motivo para viajar: turismo esportivo!


Dei uma parada nas minhas anotações sobre nossa última viagem à Europa para falar de um passeio mais recente que fizemos à "Cidade Maravilhosa", 19 a 22/08/2010.Essa viagem foi diferente das últimas que fizemos para o Rio porquê foi motivada por um outro estilo de turismo, chama-se turismo esportivo.
Alguns devem saber que domingo, 22/08/2010, aconteceu a XIV Meia Maratona Internacional do Rio e nós fomos para lá por essa razão.
Não, eu não corro. Aliás, meu ortopedista (um homem muito sábio, por sinal), disse-me que "o Homem não nasceu para correr" e eu levo isso como um lema em minha vida (pra não dizer que essa é a justificativa perfeita para minha preguiça).
Mas Hélio, um das pessoas mais obstinadas que eu já conheci, botou na cabeça que queria correr, e, desde então, vem participando de maratonas por hobby.
Ele diz que quando corre a endorfina liberada lhe causa enorme prazer e lhe dá disposição e pique para correr mais. Comigo, isso nunca aconteceu...
As poucas vezes que saí correndo sem rumo sentia a liberação de uma vontade imensa de parar, só isso.
Bom, aos desavisados eu explico que correr não é um negócio fácil, requer muita disciplina e treino pesado, além de um bom personal para orientá-lo quanto a postura, tempo, exercícios e alongamento, tudo com base na meta do aspirante a maratonista e em uma série de exames realizados periodicamente.
Assim, no dia 22/08, ele acordou cedo, vestiu a camisa da maratona (linda!!) e saiu para a corrida e eu, juntamente com um outro casal de amigos, seguimos em direção à Praia do Leblon.
Não que eu não seja aquela esposa participativa que está presente, inclusive nesses momentos, mas é que nenhum conhecido iria comigo para esperá-lo na chegada. Uma pena...
Bom, mas antes disso, aproveitamos muito o que o Rio oferece de melhor.
Chegamos ao Rio dia 20/08 pela manhã e não paramos um segundo até às 22 horas do dia 22/08.
No primeiro dia fizemos um City Tour pelos principais pontos turísticos.
Nós já conhecíamos muita coisa, mas para o casal que viajou conosco tudo era novidade.
Então, para não perdermos tempo, contratamos um guia (maravilhoso) que nos pegou no aeroporto (por volta das 11 horas da manhã) e, durante as oito horas seguintes nos levou aos principais pontos turísticos por R$ 300,00.
Para vocês terem uma idéia do percurso e constatarem que o valor que pagamos foi razoável(principalmente se pesarmos que foi dividido por quatro pessoas), ele nos pegou no aeroporto, passou pela Feira de São Cristóvão, Centro, Maracanã, Sapucaí, Corcovado, Floresta da Tijuca, parada para almoço no Restaurante Braseiro da Gávea, Copacabana, pôr do sol no Pão de Açúcar, Urca e, por fim, ele nos deixou no hotel localizado no Jardim Botânico às 20:00 hs. Foi coisa...
Depois de tudo isso, recarregamos as energias e saímos para curtir a noite carioca.
Nada de boates ou restaurantes da moda. Sempre que vamos ao Rio, dedicamos uma noite ao Jobi, bar boêmio do Baixo Leblon.
Sábado pela manhã, decidimos andar pelas ruas do Centro do Rio. Eu sou super suspeita para falar de centro de cidades, porque eu adoro! Pra mim, não existe passeio melhor do que andar pelas ruas históricas de uma cidade, descobrindo ruelas e restaurantes charmosos, sentindo o clima próprio da cidade. Afirmo que o centro do Rio é excelente para esse tipo de passeio.
Cinelândia, Teatro Municipal, Biblioteca Nacional, Candelária, Rua do Ouvidor, Confeitaria Colombo, são lugares que todo turista deve conhecer.
Numa outra viagem que fizemos ao Rio, nós fomos bater no Saara, zona de comércio poupular do Centro que vende de tudo e bem mais barato do que qualquer shopping. Comprei itens de decoração para o apê em lojas indianas, pagando um preço justo. Bom demais!
Dessa vez, como tínhamos pouco tempo, preferimos fazer um percurso menor pelo centro para dar tempo de passar a tarde em Santa Teresa.
Pegamos o famoso bondinho no Largo da Carioca e fomos almoçar do Bar do Mineiro, em Santa Teresa.
O dia estava lindo, céu limpo e muita gente pelas ruas do bairro. Senti um clima parecido com o de Olinda e a familiaridade com minha cidade acentuou a vontade de perder o tempo por ali.
As pessoas se reunem em grupos e ficam sentadas nas calçadas assim como fazem os olindenses no Bar do Véio.
Entre a passagem de um bondinho e outro, degustamos as iguarias do bar, dentre as quais uma porção de pasteizinhos de feijão (sim, de feijão!), de charque de feijoada (estranho, né?), de linguiça, queijo, deliciosos!
À noite, assitimos a peça Tango, Bolero e Tcha Tcha Tcha. Recomendadíssima! Quem tiver a oportunidade de assistir, não perca. É pra rir do começo ao fim.
Mas, não pudemos esticar nessa noite porque Hélio correria no dia seguinte (domingo 22/08) e o percurso era de São Conrado até o Aterro do Flamengo. Gente, cansa só de pensar, imagina correndo!!!!
E assim sucedeu, dia seguinte lá foi ele corrrer na maratona e nós corremos para a praia.
Dia de sol, carioca na praia...O Leblon estava lotado de gente caminhando, sentada, conversando. Ô povo pra gostar de praia...
Depois que Hélio chegou da maratona contando as novidades, seguimos para a Pedra do Arpoador para assistir ao pôr do sol. Coisa mais linda do mundo. Tem gente que diz que Deus é brasileiro e se ELE for mesmo, nasceu no Rio, porquê lá tem o Dedo Dele com certeza.
Que cidade linda!!!! Qualquer foto despretenciosa fica perfeita.
Depois de tudo isso, voltamos ao hotel para pegar as bagagens e, depois fomos para o aeroporto, mas antes fizemos uma rápida parada no Outback de Botafogo para comer a costelinha de porco com molho barbecue. É de perder o juízo!!!
Nossa volta já está programada: XV Meia Maratona!
No próximo post, voltarei a contar sobre nossa viagem, só que pela Provença. Imperdível!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Florence - 4a.parte

Fotos da esquerda: 1. Uma das pontes de Florença 2.Fontana de Netuno na Piazza de la Signoria 3.Batistério de São João.
Fotos da direita: 1. Dentro do Palazzo Strozzi 2.Dentro do Mercato de San Lorenzo 3.Perceu - Piazza de la Signoria.
Tenho observado que muitos blogueiros detalham com exaustão obras e monumentos vistos nos lugares por onde passam. Essa não é minha intenção.
Aqui, eu pretendo fazer um relato pessoal e descontraído dos lugares por onde passo quando viajo, tal qual faria num diário. Isto porque, nas vezes em que busquei informações sobre algumas cidades, senti falta de dicas sobre locais interessantes fora do roteiro turístico. Como nós sempre buscamos fugir um pouco do lugar comum, considerei este um excelente espaço para compartilhar nossas experiências pessoais com outros viajantes. Então, voltemos ao assunto... Fazia um belo dia e nós decidimos acordar cedo para aproveitar bem cada minuto em Florença. Estar e passear em Florença dá um prazer enorme para qualquer turista porque a cidade é linda e palpitante. A gente se sente bem e bastante à vontade andando por suas vias e piazzas (talvez isso se deva às nossas raízes latinas). Lembrei de haver tido essa mesma sensação quando estive em Praga, capital da República Tcheca, mas essa história que pretendo contar mais adiante. Neste dia, fomos direto para a Chiesa di Santa Maria Novella, que fica na piazza de mesmo nome, a poucos metros da estação ferroviária principal de Florença (próxima ao hotel onde estávamos hospedados). Anexo à igreja, está o Grande Convento com seus claustros e o refeitório, partes integrantes do Museu di Santa Maria Novella.
A igreja é belíssima, além de um lugar bastante agradável, sem hordas de turistas como os que ficam em torno da Duomo e onde podemos apreciar algumas importantes obras do período renascentista.
Visitamos também a Basílica della Santissima Annunziata, localizada na Praça da Santíssima Anunciada e a Basílica di Santa Croce, principal igreja franciscana em Florença (diz a lenda diz que a igreja foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis).
Nesta segunda Basílica estão os túmulos de Michelangelo, Maquiavel, Galileu, entre outras personalidades ilustres de Florença.
De lá, seguimos em direção a Galeria dell'Academia, cuja entrada era franca naquela semana, conforme eu disse em outras postagens.
A fila não estava muito grande, por isso, esperamos mais ou menos uma hora para entrar.
O acervo da Galeria dell'Academia não é tão vasto como o da Galeria degli Uffizi, mas vale à pena visitá-la, especialmente, porque lá temos a oportunidade de apreciar a perfeição de Davi (de Michelangelo).
De fato é uma obra impressionante! As pessoas param e se prostam em frente a Davi por incontáveis minutos e o legal é desviar a atenção do monumento para observar a expressão das pessoas admirando a obra.
Ninguém consegue ficar impassível diante de tamanha perfeição.
A obra é um verdadeiro triunfo da arte sobre a natureza.
Outro espaço bastante interessante da Galeria dell'Academia é a Galeria dos Cativos, onde podemos apreciar os cativos (ou escravos), também de Michelangelo, que foram idealizados para o túmulo do Papa Júlio II, mas não chegaram a ser utilizadas porque são obras incompletas do artista.
Existem outros espaços que dentro da Galeria dell'Academia que merecem atenção, como a Sala do Colosso, Sala dos Orcagna, mas, para mim, a visita à Galeria dell'Academia valeu mesmo pela Tribuna do Davi e a Galeria dos Cativos.
Depois de nos enhermos de cultura, resolvemos caminhar rumo à Piazza San Lorenzo (onde existe um lotado mercado de pulgas), para nos enchermos de presentes. Lá compramos regalos para amigos e parentes.
Nessa praça encontramos muitas peças em couro, como bolsas, sapatos e cintos, mas não achei os preços muito convidativos.
Em compensação, chaveiros, echarpes e colares com pingentes de vidro, tinham bons preços o que nos propiciou trazer lembrancinhas para todos.
Na praça de San Lorenzo está localizado o Mercato San Lorenzo que é um local maravilhoso para quem curte os prazeres da culinária.
Por ser um pouco chegada a esta arte, agrada-me muito temperos, massas, molhos de diferentes sabores e lá eu quase perco a noção do tempo por estar envolta a tantas delícias.
Vende de tudo no mercado, da carne ao vinho, massas, molhos frutas e verduras (as mais belas e cheirosas que eu vi), também compõem a lista.
Como não poderia deixar de ser, não resisti e comprei uns saquinhos com uma porção pronta com arroz arbóreo e limão desidratado (achei fantástico porque o sachê traz a porção exata para um jantar a três e é ideal para acompanhar uma saborosa carne suína), além de uma mistura de ervas aromáticas para preparar espaguete.
Para mim, trazer essas coisinhas para casa fazem a diferença em qualquer viagem.
Fazer essas comidinhas em casa e apreciá-las tomando um bom vinho nos dá um prazer imenso. Assim, dá para matar a saudade de Florença comendo um bom risoto ou uma deliciosa massa (acompanhada de um bom vinho, é claro!), vendo fotos e lembrando os nossos passeios.
As fotos que ilustram esse post não são de minha autoria, foram retiradas da web.
Isto porquê, como disse aqui em outras postagens, perdemos algumas fotos, principalmente as que tiramos em Monte Carlo, Nice e Florença. Uma pena...
Tem que provar:
1.Sanduíche da i fratellini, na Via dei Cimatori (entre a Duomo e a Piazza de la Singoria). O local remete a uma taberna, só que você é atendido no balcão e eles têm cardápio dos sanduíches em português (o que facilita muito a compreensão dos ingredientes). Um lanche composto de um sanduíche (de pão italiano saborosíssimo) com uma taça de vinho chianti não custa mais do que 4 euros e você sai super satisfeito.
2.Sorvete da Gelateria Perché no!, na Via Tavolini, 19R. Os gelatos são fantásticos, mas peça o sorvete de tiramisú e seja feliz!!
3.Bisteca fiorentina do Restaurante Ponte Vecchio, na Lungarno Archibusieri 8/r. É simplesmente fantástica! Mas antes peça a bruschetta de entrada e não esqueça de pedir um bom vinho para acompanhar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Florence - 3a.parte

É tanta coisa pra contar que só assim mesmo, em partes. Vamos lá, então...
Continuando o 2º dia em Florença... Depois de almoçarmos na Trattoria Ponte Vecchio, decidimos conhecer a Galeria degli Uffizi. Tivemos muita sorte porque chegamos em Florença exatamente na semana em que as entradas eram francas em qualquer museu. Essas coincidências representam uma economia enorme para quem viaja pela Europa, já que a maioria das entradas varia entre 15 a 20 euros, por pessoa. Multiplique isso por dois e já dá para perceber uma diferença para qualquer viajante. Agora imaginem a fila para adentrar na Galeria durante essa semana de entrada free...Sem noção!!! Passamos pelo menos duas horas numa fila gigantesca. Foi torturante, mas valeu à pena esperar. A Galeria tem um belo acervo, mas tudo é da fase renascentista (como era de se esperar, claro!). Ali, deparamo-nos com obras dos maiores artistas Renascentistas, como Leonardo da Vinci e Rafael, além de Michelangelo. Uma das mais famosas (e belas) obras que vi nesse museu, foi o Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli. Tempo perdido na fila, menos tempo para apreciar todas as obras do museu que, nesse dia, fechava às 18:00 hs. Mas, valeu muito a visita, pois a Galleria degli Uffizi é uma das maiores atrações turísticas de Florença e um dos mais importantes museus do mundo. Já era tarde quando saimos da Galeria, então, resolvemos testar mais uma dica da revista Viagem e Turismo. Na edição de de março/2008, a repórter Danielle Pergamente, do New York Times, fez uma reportagem sobre como passar 36 horas em Florença, propondo uma maneira quase desconhecida de explorar a capital do Renascimento: sem hordas de turistas, frequentando achados locais e provando as maiores delícias. A reportagem é muito boa, principalmente, porque dá dicas de lugares pouco turísticos, o que nos agrada muito. E foi assim que chegamos à Via del Monte, uma rua que fica do lado oposto da Ponte Vecchio (de quem está do mesmo lado da Galeria degli Uffizi).
A jornalista citou o nome de alguns barzinhos nas proximidades dessa rua como sendo excelentes opções para comer bem com uma taça de vinho por um preço acessível (cerca de 8 euros). Bem, como já falei aqui, nós costumamos testar mesmo essas dicas e fomos direto ao bar indicado na reportagem: Fuori Porta.
Segundo disse a jornalista, lá deveríamos pedir uma taça de vinho que o aperitivo estaria automaticamente incluso. Fizemos exatamente como ensinado e nada aconteceu, não recebemos nenhum aperitivo acompanhando o vinho. Decidimos, então, pedir a conta e sair à francesa, com a impressão de que tinha havido algum engano na reportagem. Descendo a Via del Monte, deparamo-nos com o Rifrullo (Via San Niccolo) cheio de gente na sua entrada. Decidimos entrar para ver se valia à pena tomar um drink e petiscar alguma coisa (já que os preços do Fuori Porta eram um pouco salgados). Pedimos uma taça de vinho para cada e, (pimba!), a garçonete nos perguntou se queríamos pagar só pelo vinho (5 euros) ou o vinho mais aperitivo (8 euros).
Arriscamos no vinho com aperitivo e percebemos que a jornalista não tinha errado tanto quanto haviamos pensado. No balcão do bar estavam servidos pratos quentes e frios, pastas, patês, canapés, torradas, enfim, várias opções de comida das quais as pessoas podiam se servir à vontade e várias vezes sem precisar pagar por outra taça ou drink. Um farto e delicioso jantar por oito euros!! Mas o melhor jantar aconteceu mesmo na noite seguinte, no Zöe (que fica bem próximo da Via San Niccolo). Os aperitivos desse barzinho foram imbatíveis!
Tinha cuzcuz marroquino, pastas quentes e frias, risoto de frutos do mar, bruschetta, canapés, enfim, uma variedade imensa de comida por 8 euros com uma taça de vinho! Depois percebemos que a maioria dos bares de Florença aderiu a esse tipo de happy hour e tem atraído muita gente nesse período de vacas magras da economia européia.
Prova disso é que não só os bares um pouco mais distantes do centro nervoso da cidade atraem fregueses com o drink+aperitivos, no Moyo, um barzinho super transado que fica na Via dei Benci, também serve comidinhas deliciosas para os clientes que pedem bebida ou vinho.
Amei! Achei uma excelente idéia para atrair fregueses (atrai e muito!).
Deveríamos adotá-la, também, aqui no Brasil.

Florence - 2a parte

Continuando...
Dia seguinte, renovados e bem alimentados, saímos com intuito de desbravar Florença, berço do renascimento italiano. O dia estava chuvoso e fazia um pouco de frio, mas nada comparado àquele vivenciado no inverno europeu. A temperatura oscilava em torno dos 15ºC, excelente para caminhar porque a gente não transpira nada. Seguimos rumo à Piazza della Signoria, praça central da cidade e um verdadeiro museu a céu aberto, onde estão expostas importantes obras do Renascimento Italiano. Nesta praça podemos visitar, também, o Palazzo Vecchio, atual sede do município florentino e a Loggia dei Lanzi, onde podemos apreciar esculturas da Antiguidade Clássica a céu aberto e sem pagar nada. Quem quiser, pode ler um pouco mais sobre essa importante obra florentina aqui. O bom de estar em Florença é que lá o turista tropeça, literalmente, na história a todo momento. Na Piazza del Duomo, encontra-se a Basília Santa Maria del Fiore, o Duomo da Arquidiocese da Igreja Católica Romana de Florença, com sua cúpula e campanário belíssimos. Apesar da chuva (que não parou um segundo neste dia), a fila para entrar nessa igreja estava enorme, mas não hesitem em enfrentá-la, pois deixar Florença sem conhecer este importante monumento é um sacrilégio! A poucos passos da igreja encontramos monumentos de relevada importância: Capanile di Giotto e o batistério dedicado a São João Batista. Esses monumentos, juntamente com a Basílica, compõem um pequeno complexo ao redor da Piazza del Duomo e a maior concentração de pessoas fica mesmo em frente da Duomo (quem quiser saber mais sobre a Basília pode acessar aqui) Dirigimo-nos, então, para a Ponte Vechio, erguida sobre o rio Arno. Uma construção que remonta a época romana que não foi danificada durante a Segunda Guerra Mundial pelos alemães, dizem, que devido a uma ordem direta de Hitler. A ponte possui uma fila de casinhas nos dois lados onde ourives e joalherias vendem jóias e bijouterias finas. O apelo para o turista investir num "regalo" é enorme. A mulherada se realiza naquele lugar!!! Fizemos uma rápida pesquisa, pois Hélio cogitou comprar-me um anel para eternizar aquele momento, mas os preços não estavam nada convidativos. A Ponte Vechio é bonita, diferente das demais de Florença e de todas que já vi, mas não se parece muito com uma ponte e sim com uma galeria comercial.
Não é um lugar que você passe e tenha uma boa visão da cidade. Lá você só tem olhos para as vitrines que te convidam para gastar... Você pode ler um pouco mais sobre a Ponte Vechio neste site. Depois de tanto andar, resolvemos parar para almoçar. Durante as semanas de intenso planejamento desta viagem, separamos algumas dicas de restaurantes retiradas de blogs e revistas, principalmente, da revista Viagem e Turismo, da qual somos assinantes há alguns anos. Numa de suas reportagens, de abril de 2010, uma jornalista indicou a Trattoria Ponte Vechio como sendo um lugar para o turista fazer uma boa refeição a um custo modesto. Nesse ponto, somos turístas acidentais mesmo, pois, ainda que não façamos exatamente o que algumas boas dicas aconselham, vamos lá só pra conferir. E foi por esse motivo que almoçamos no tal restaurante. Através da reportagem, soubemos que um bom almoço não sairia por mais de 20 euros por pessoa (com bruschetta de entrada, lasanha, vinho da casa e tiramisu). Tudo estava batendo perfeitamente com o relato da jornalista, mas nós decidimos fugir um pouco do menu turistico e pedimos uma bisteca florentina (que custava 40 euros o quilo).
O dono (uma simpatia de pessoa) e o lugar não poderiam ser mais apropriados para saborear esse típico prato: o local fica de frente para o Rio Arno e olhando para a Ponte Vecchio.
Sem comentários! A bruschetta é sensacional e a bisteca, hummm..., nem sei se falo!!!
O vinho também não foi o da casa (como recomendado pela revista), pedimos um Pio Cesare delicioso e ficamos ali apreciando aquele momento segundo a segundo.
Até que a conta veio e estragou tudo!
Oitenta euros!
Bom, mas valeu.
Acho que o sabor da bruschetta, da bisteca e do vinho nunca sairão de minha memória.
No fim, são momentos e prazeres como esse que fazem a diferença em qualquer viagem.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Florence - 1a parte

Chegamos à Florença por volta da meia noite do dia 24.04.10.
Havíamos reservado, previamente, pela Bancorbrás, um quarto no Best Western Select Hotel, localizado na Via Giuseppe Galliano.
Esse hotel é um muito bom, só que distante daquela região onde está situada a Ponte Vechio e a Galleria Degli Uffizi, mas como Florença tem pontos turísiticos espalhados por toda parte, não fez muita diferença, nesse aspecto.
É legal usar a Bancorbrás na Europa, afinal, pagamos pouquíssimo pelas hospedagens nos hotéis conveniados à rede. Basta se informar através da reserva internacional ou neste site sobre as opções existentes na cidade que você pretende visitar, reservar e pagar uma taxa extra bem menor do que a diária cobrada pelos hotéis (nesse hotel de Florença, por exemplo, nós pagamos 16 euros por dia e o total foi debitado no cartão de crédito), lembrando que essa taxa não é cobrada quando reservamos hotéis filiados à rede aqui no Brasil. Mas tem lá suas desvantagens. Uma delas é que, em alguns lugares, a Bancorbrás não oferece opções próximas ao centro turístico, e esse foi o caso de Florença. Ficamos um pouco afastados do “freje”(nada que cerca de 7 minutos de ônibus não resolvesse), mas bom mesmo é sair do hotel com o pé no agito. E, claro, nem credicard paga poder ficar perambulando até mais tarde pelas ruas de Florença sem se preocupar com horário de ônibus para voltar ao hotel... Além do mais, é bom lembrar que em Florença existem hotéis muio bons, próximos à Ponte Vechio, por 80 euros. Bom, esta noite eu estava morta e decidi voltar para o hotel, mas Hélio teve corajem por nós dois e saiu à caça de comida.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Monte Carlo e Nice

Voltando à viagem... 
Depois de dois dias descansando em Iseo, resolvemos conhecer Mônaco e Nice, na França, nos dias 21 e 24/04/10. Decidimos fazer esse percurso pela auto estrada porque seria mais rápido, mas tem uma rota pelas montanhas que dividem a Itália da França, inclusive, eu acho que esse trajeto deve ser bem mais interessante do que pela auto estrada. Chegamos em Mônaco em menos de quatro horas de viagem. Acho que como muita gente, eu sempre associei a imagem do Principado ao GP, inclusive, porque o circuito da Fórmula 1 é nas ruas e avenidas de Monte Carlo, um dos seus bairros.
Claro que caminhar sem pressa por lá é bem melhor do que assistir àquelas máquinas barulhentas pela televisão. Estivemos em Mônaco duas semanas antes do GP que aconteceria em 16.05.10 e Monte Carlo já estava se preparando para receber os milhares de visitantes que vão lá só para assitir à corrida. Arquibancadas estavam sendo montadas e deu para sentir um pouquinho o clima que envolve o Grande Prêmio.
Mas o que eu posso dizer de Monte Carlo? Bem, é o lugar onde luxo e riqueza se materializam. Deixam de ser subjetivas para se tornarem palpáveis e visíveis. Lá não tem nada mais ou menos. Nenhum iate mais ou menos. Nenhum edifício mais ou menos. O Cassino Monte Carlo e o Hotel de Paris também não são mais ou menos. Tudo é tão perfeito e lindo que dá até para desconfiar. O lugar tem cor e é vibrante. Inevitável não imaginar as baladas frequentadas pelos mais mais do mundo.
Pessoas entram no Cassino Monte Carlo e deixam verdadeiras furtunas jogando por prazer, por não terem nada mais importante para fazer na vida.
Dondocas estacionam seus carrões em frente ao suntuoso "templo do jogo", enquanto funcionários do cassino as segue levando seus cachorrinhos no braço. São situações somente vistas em filmes. Isso existe e acontece a todo momento em Monte Carlo.
Só que a gente fica pensando no outro lado, naquele jargão que diz: uns com tanto e outros com tão pouco...
Será que as pessoas que frequentam o cassino e deixam alguns mil euros nas lojas de grifes internacionais se preocupam com os desabrigados da enchente que acometeu Alagoas e Pernambuco? Com o terremoto que devastou Porto Principe? Acho que não... Bom, mas cada um sabe o que deve fazer com o seu dinheiro e minha intenção é apenas retratar uma impressão minha sobre os lugares por onde andei.
Depois de um breve passeio, optamos por almoçar num restaurante (bonzinho) que fica na Avenue d'Ostende (não lembro o nome dele agora e, como já disse, perdi muitas fotos da viagem).
Seguimos, então, para Nice ( que fica a mais ou menos uma hora de carro de Mônaco). Apesar da proximidade, Nice não se parece em nada com o famoso Principado.

Centrinho boêmio de Nice
 É uma cidade como outra qualquer onde eu tive uma sensação de insegurança. Não sei bem o motivo. Talvez seja porque, após as 22:00 hs, as ruas fiquem desertas e jovens, com aparência de arruaceiros, transitam pelas avenidas principais.
Mendigos também são vistos por todos os lugares, e, pasmem, limpadores de vidro de carro (bilingues) podem ser vistos nas ruas aos arredores do centro turístico. A praia é esquisitíssima (e feia), com pedras semelhantes a seixos, onde jovens enrolam e fumam maconha sem serem importunados. Achei que o centro comercial se parece com o Saara, no Rio de Janeiro (daí se nota que eu não gostei mesmo de Nice), com ruas estreitas e a grande maioria das apertadas lojas vende de tudo um pouco. Nada demais.
Lá, ficamos no Hotel Le Florence, na rue Paul Déroulède. Hotel muito bom para quem quer ficar bem localizado. Ele fica bem próximo da Galeria Lafayette (sim, Nice também conta com uma Galeria Lafayette, que, por sinal, eu achei mais em conta do que a de Paris), e dá pra fazer tudo à pé. Dormimos uma noite em Nice e, no dia, seguinte, ao retornarmos à Itália paramos em Alassio para almoçar. Como era de se esperar, Alassio estava praticamente deserta. Alguns moradores e poucos desavisados, como nós, andavam pelo lugar, pois o agito mesmo acontece nos finais de semana.
É uma cidade bonita, mas sem grandes atrativos. Deve agradar mesmo aos turistas europeus e moradores da Região da Ligúria, onde está localizada. Franco nos disse que essa comuna italiana é bastante visitada durante o verão. Bom, de Alassio, deveríamos pegar um trem para Gênova´, onde pegaríamos outro com destino à Florença. Essa era nossa intenção, mas, por mais absurdo que possa parecer, pegamos um trem de volta à Ventimiglia (cidade que faz divisa com a França), ou seja, voltamos ao ponto de partida!
Um descuido que nos custou mais tempo nas estações à espera de outros trens com destino à Forença, nosso principal destino desta viagem. Chegamos à meia noite em Florença, quando deveríamos ter chegado por volta das 21:00 hs.
E olhem que essa não foi nossa primeira viagem para fora nem a primeira vez que viajamos de trem pela Europa!
Vêem que não exagero quando digo que a fumaça de cinza do vulcão nos acompanhou por toda a viagem?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A nuvem de cinzas do vulcão ainda paira sobre mim

Demorei a postar sobre a nossa "aventura" pela Europa debaixo das cinzas do vulcão de nome estranhíssimo porque de lá para cá tanta coisa aconteceu que só dá pra pensar que as cinzas formaram uma nuvem negra em cima de nossas cabeças. Contando ninguém acreditaria, mas só pra se ter uma idéia, perdemos as melhores fotos que tiramos em Monte Carlo, Nice e Florença. Chega a me dar uma dor só de pensar nas fotos que tiramos em Florença! Como já estava com a idéia de criar o blog, tirei um monte de fotos dos principais pontos tuísticos, especialmente dos restaurantes e bistrôs onde comemos. Foi uma pena...mas, enfim, serviu para termos mais cuidado da próxima vez, e, para voltarmos mais vezes à Florença revisitando aquela belissima cidade. Bem, terminei o último post falando sobre as providências que nós tomamos quando chegamos a ISEO. Mas quero frisar bem que eu percebi o quanto É IMPORTANTE FAZER SEGURO DE VIAGEM. Sempre achei que era desnecessário ter esse gasto antes de viajar, afinal, são tantas despesas que sempre penso em desistir de fazer o tal seguro. Como falei no último post, a seguradora disse que me reembolsaria U$ 150 (dólares, viu gente!) para compras de primeira necessidade e mais ou menos U$ 3.000, caso eu não recuperasse minha bagagem. Não conseguia pensar na segunda hipótese. Seria um pesadelo considerar a perda de minha mala cheia de pertences extremamente pessoais, os quais eu não encontraria nunca mais mesmo que voltasse a todos os lugares por onde já passei. Bom, com relação aos 150 dólares, a princípio achei uma merreca, afinal, por mais que me economizasse, uma calça, duas blusas (no mínimo), calcinha, sutiã e alguns produtos de higiene pessoal superaria e muito essa quantia, pois eu pagaria em euros e não dólares, somando a isso estávamos em plena primavera e quem viaja sabe que os meses de verdadeiras promoções européias são janeiro e julho. Maldisse mais uma vez o seguro de viagem... Só que eu não tinha muita opção: era tudo ou nada!!! Saí em busca de qualquer plaquinha pendurada nas portas das lojas italianas que indicasse promoção. Foi difícil, mas encontrei algumas oportunidades. Guardei todas as notas fiscais para apresentar ao STB (lá eles se comprometeram de remeter para a seguradora) e, pasmem, recebi esse mês o equivalente a U$ 190. Muito bom! Somando com o reembolso da EASYJET até que não foi tão ruim ter minha mala extraviada... No final, recebi minha mala de volta e paguei pouquíssimo pelas minhas aquisições.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Iseo

Segunda-feira, dia util, portanto. Acionamos seguro de viagem, informando-o sobre o extravio de minha mala e pedindo orientaçao sobre quais procedimentos deveriamos tomar nesse caso. Fomos informados que eu dispunha de 150 dólares para fazer compras de primeira necessidade. Bom, não era grande coisa, mas ajudaria a quebrar o galho. Resolvemos tambem questões relacionadas ao reembolso das passagens que compramos para Atenas e obtivemos resposta positiva nesse sentido (muita gente que tinha comprado trechos de aviao para viajar nesse periodo nao teve a mesma sorte que nos). Fomos às compras, entao. So que, infelizmente, o mês de abril não é a epoca de grandes liquidações, oportunidade em que compramos quase tudo por uma pechincha. Estávamos no início da estação primaveril e este, definitivamente, não é um bom momento para fazer compras na Europa, mas ainda assim, achamos algumas peças por um bom preço. Fui obrigada a comprar um pouquinho de cada coisa, pois tudo, tudinho, estava dentro de minha mala (erro que pretendo não cometer nas próximas viagens). Da próxima vez, seguirei o conselho de minha amiga Celminha: colocarei uma parte de minhas coisas na mala de meu marido e vice-versa. Pena que ela só me disse isso quando voltei e lhe contei meus perrengues. Bom, depois de descansar e de botar o sono em dia, arrumei uma nova mala, dessa vez com muita roupa e sapato de minha cunhada e outras compradas em um shopping próximo a Iseo e começamos a pensar para onde iríamos naqueles dias que deveriamos estar em Atenas. Iseo é uma comuna italiana da região da Lombardia, província de Bréscia e à beira do Lago de Iseo.
Recomendadíssimo! Acontece que já estivemos lá por duas vezes - o bastante para conhecer bem a cidade. Além do mais, pretendemos voltar outras tantas vezes, pois minha cunhada se estabelceu em Iseo e não pretende mudar seu endereço. Para nossa surpressa, Lurdinha, que havia nos dito que não poderia tirar férias durante o período em que estariamos hospedados em sua casa, conseguiu dois dias de folga de seu trabalho (dias 21 e 22/04) e fomos de carro para Monaco e Nice.
Nossa viagem, entao, começou a engrenar!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Entrando no assunto...

Foto do regioes.blogspot.com
Após meses de intensa pesquisa, avaliando o melhor trecho, quais cidades visitariamos dessa vez, reunindo mapas e dicas de outros viajantes, finalmente, definimos o roteiro de nossas ferias 2010: partiriamos de Recife para Lisboa, pegariamos um outro voo para Milao e, de la, seguiriamos para Atenas, onde passariamos cinco dias de curtiçao, primeiro na capital grega, depois por algumas ilhas. Em seguida, voltariamos para Italia, onde conheceriamos a encatandora e romantica Florença, depois seguiriamos com um casal de amigos (Umberto e Rogeria) de carro por algumas cidades da Provença, finalizando nossos ultimos dias em Iseo para um merecido descanso antes de retomarmos nossa vidinha em Joao Pessoa. Ufa!!! Tudo isso aconteceria entre 16/04 e 05/05/2010. Só que a natureza resolveu mandar mais um recado, “pesado” conforme anunciou a imprensa, exatamente no período de nossas tão sonhadas férias. Vou contar aqui como tudo isso aconteceu. Bem, chegamos em Lisboa no dia 17/04/2010, e, ao desembarcarmos na capital portuguesa, tomamos conhecimento de que a nuvem de cinzas lançada por um vulcao localizado na Islandia havia causado o cancelamento de, pelo menos, 17 mil voos e o fechamento de diversos aeroportos, nao apenas no norte do continente europeu, como pensavamos antes de iniciarmos nossa viagem. Lisboa havia cancelado diversos voos e o aeroporto de Milao tambem estava fechado. Tudo bem que vulcao é vulcao e nao tem como precisar o minuto exato que ele resolve entrar em atividade, mas nao tinha outra hora para Eyjafjallajokull cuspir essas cinzas? Buscando informações pela internet, soubemos que a proibiçao se deveu aos possiveis efeitos das cinzas lançadas pelo vulcao sobre as turbinas, que poderiam parar de funcionar em pleno voo. Atordoados e cansados devido ao fuso horario e a noite mal dormida dentro de um aviao, cujas cadeiras nao propiciam aos passageiros o minimo conforto nas viagens noturnas, deparamos-nos com um cenario desolador para quem esta começando suas ferias: gente dormindo por cima das bagagens, filas imensas de pessoas em busca de informaçoes apos o cancelamento de seus voos e outras tantas esperando confirmaçoes de voos que nao chegariam tao cedo. Nós faziamos parte desse segundo grupo, já que as poucas informações que obtivemos de funcionários - tão perdidos quanto nós - sobre nosso vôo dava conta de que ele estava apenas suspenso e que havia a possibilidade de o aeroporto de Milão reabrir no fim daquele dia. Esperamos em vão que Malpensa reabrisse. Nosso vôo foi cancelado como tantos outros já haviam sido... Começamos, então, a pensar no que faríamos dali em diante. A primeira providência a ser tomada era pegar nossas bagagens para, em seguida, entrar na fila dos que queriam sair de Lisboa de qualquer jeito, pois os hotéis da cidade estavam lotados. Começamos, então, a pesar as alternativas que se apresentavam para nós naquele momento: voaríamos para Espanha (o aeroporto de Barcelona estava operando), e de lá, tentaríamos pegar outro para Atenas, onde ficaríamos cinco dias na esperança de que o vulcão parasse de curpir cinzas e tudo se resolvesse. Até aí as imagens do Mar Mediterraneo e da Acrópole ainda não tinham contornos de miragem para mim... Caso nao conseguíssemos um vôo de Barcelona para Atenas, uma outra opção seria ficarmos por lá, conhecendo cidades próximas, o que seria uma excelente idéia porque ainda não conheço a Espanha - pretendo reparar isso nas próximas férias. Acontece que todos esses planos se transformaram em cinzas de vulcão quando recebemos a notícia de que minha bagagem havia sido extraviada. Isso mesmo que vocês leram. Além de tudo, estava sem mala! Confesso haver sido tomada pelo desejo (quase irrefreável) de voltar para casa imediatamente. Pensei no aconchego de minha casa e na felicidade com que seria recebida por minhas filhas. Em contrapartida, nossos planos, os preparativos, as imagens das cidades escolhidas a dedo , tudo passou como um filme pela minha cabeça, levando-me a decidir pagar pra ver. Imediatamente, nossas duas opções foram reduzidas para apenas uma: deveríamos chegar em Milao de qualquer jeito, agora, para prestar queixa do extravio de minha bagagem porque esse procedimento só (e somente só) poderia ser feito no aeroporto de Malpensa. Entramos numa fila quilométrica para saber quais aeroportos ainda estavam operando, quando fomos surpreendidos por uma funcionária andando por entre a fila, anunciando a partida de um vôo com destino a Roma. A cena era, no mínimo, inusitada. Por um instante me vi no Janga (onde residi alguns anos), no tempo em que transporte alternativo havia se tornado uma "praga" naquela região e os “kombeiros” anunciavam seu destino gritando: Conjunto Praia-do-Janga-Engenho Maranguape-Pau Amarelo!!! Gente, aconteceu do mesmo jeito em Lisboa! A funcionária circulava entre a enorme fila, perguntando (aos berros) "quem quer embarcar no voo que está saindo para Roma dentro de alguns minutos. Favor dirigir-se ao outro guiche para retirar o bilhete”. Não tivemos tempo de pensar, tomamos a decisão fazendo uma rápida associaçao: Roma fica na Itália e Milão também)! Corremos para o guichê apontado pela funcionária. Sem qualquer dificuldade ou custo, trocamos nosso bilhete de Milão (cujo aeroporto não iria reabrir mais naquele dia) para Roma. Poucas horas nos separavam do nosso novo destino, tempo suficiente para pensarmos no que faríamos quando chegássemos em Roma. Decidimos ir direto para estaçao de trem para comprar bilhetes com destino a Milão. Chegando ao aeroporto de Roma, reencontramos quatro brasileiros com os quais havíamos trocado algumas idéias em Lisboa (Sérgio-Recife, Pablo-Fortaleza, Amauri e Marilia-Salvador) e decidimos ficar juntos até chegarmos em Milão. Assim, despesas não programadas (como aluguel de um carro, por exemplo), não pesariam tanto no bolso quando divididas por seis pessoas. Do aeroporto, seguimos de taxi direto para a estação de trem de Roma, certos de que conseguiríamos embarcar no primeiro trem que saisse para Milão áquela noite. O cenário na estação era o mesmo que vimos no aeroporto de Lisboa: gente por todo o lado, filas quilométricas e inúmeras pessoas sem saber o que fazer. Vagas nos hotéis tambem não existiam. Todos estavam lotados! Para o nosso desespero, não tinha vaga em nenhum trem com destino a Milao até às 18:00 hs do dia seguinte (18/04/2010)! Ainda bem que seis cabeças pensam mais e melhor que duas e logo, alguém sugeriu contratarmos um taxi para nos levar a Milão naquele exato momento. Já passava da meia-noite e nós estavamos exaustos. Conversa daqui, pechincha dali, enfim, convencemos um motorista de taxi a nos levar para Milão. Só que o “maledeto” nos cobrou mil euros para fazer esse percurso! Isso mesmo: 1.000 euros! Mesmo dividindo esse valor por 6 pessoas, ainda assim era caro demais para quem não havia progrado ter essa despesa logo no início da viagem. Não tínhamos alternativa. Ficar na estação de trem até às 18:00 hs do dia seguinte, nem pensar! Pouco depois da meia-noite, nós (eu, Helio, Sergio, Pablo, Amauri e Marilia) começamos nossa viagem na splinter de Miro e Rosana rumo a Milão. Fizemos apenas uma exigência a Miro: pedimos para ele parar em todo autogrill que ele visse na auto estrada porque pretendíamos fazer uma farra grande, afinal, depois de tanto sofrimento, estavamos felizes porque, enfim, chegaríamos ao nosso destino! E foi assim durante toda a madrugada, Miro parou em todo auto grill que ele encontrou pela frente para comprarmos vinho e petiscos, e, as sete horas de viagem foram marcadas por muita risada, piada, cantoria e brincadeira. Todos beberam, menos eu. Eu só pensava em chegar a Milão sóbria o suficiente para resolver o problema de minha bagagem. Às 07:00 do dia 18/04/2010, Miro começou a deixar nossos novos amigos em seus respectivos hoteis e nós seguimos para o aeroporto de de Milão Malpensa. Encontramos o aeroporto deserto. Por um momento, tive a sensação de estarmos dentro de um daqueles filmes catástrofes, sabe? Aqueles em que as pessoas andam por lugares (que normalmente são entupidos de gente), mas não cruzam com ninguem pela frente. Fomos informados o local onde deveríamos denunciar o desaparecimento de minha mala e saimos de lá com um papel contendo um número, cujo desdobramento deveria ser acompanhado pela internet. Alguns desavisados (recém chegados de Marte, talvez), ainda se arriscaram e apareceram por lá de mala e cuia com esperança de embarcar, mas logo foram comunicados de que o aeroporto estava literalmente fechado e que eles deveriam acompanhar o noticíario. Com sorte, conseguimos prestar queixa sobre o desaparecimento de minha bagagem e ficamos aguardando ansiosos pela chegada de minha cunhada que, Graças a Deus, nao demorou muito e nos resgatou daquele pesadelo.
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