quinta-feira, 22 de julho de 2010

Florence - 3a.parte

É tanta coisa pra contar que só assim mesmo, em partes. Vamos lá, então...
Continuando o 2º dia em Florença... Depois de almoçarmos na Trattoria Ponte Vecchio, decidimos conhecer a Galeria degli Uffizi. Tivemos muita sorte porque chegamos em Florença exatamente na semana em que as entradas eram francas em qualquer museu. Essas coincidências representam uma economia enorme para quem viaja pela Europa, já que a maioria das entradas varia entre 15 a 20 euros, por pessoa. Multiplique isso por dois e já dá para perceber uma diferença para qualquer viajante. Agora imaginem a fila para adentrar na Galeria durante essa semana de entrada free...Sem noção!!! Passamos pelo menos duas horas numa fila gigantesca. Foi torturante, mas valeu à pena esperar. A Galeria tem um belo acervo, mas tudo é da fase renascentista (como era de se esperar, claro!). Ali, deparamo-nos com obras dos maiores artistas Renascentistas, como Leonardo da Vinci e Rafael, além de Michelangelo. Uma das mais famosas (e belas) obras que vi nesse museu, foi o Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli. Tempo perdido na fila, menos tempo para apreciar todas as obras do museu que, nesse dia, fechava às 18:00 hs. Mas, valeu muito a visita, pois a Galleria degli Uffizi é uma das maiores atrações turísticas de Florença e um dos mais importantes museus do mundo. Já era tarde quando saimos da Galeria, então, resolvemos testar mais uma dica da revista Viagem e Turismo. Na edição de de março/2008, a repórter Danielle Pergamente, do New York Times, fez uma reportagem sobre como passar 36 horas em Florença, propondo uma maneira quase desconhecida de explorar a capital do Renascimento: sem hordas de turistas, frequentando achados locais e provando as maiores delícias. A reportagem é muito boa, principalmente, porque dá dicas de lugares pouco turísticos, o que nos agrada muito. E foi assim que chegamos à Via del Monte, uma rua que fica do lado oposto da Ponte Vecchio (de quem está do mesmo lado da Galeria degli Uffizi).
A jornalista citou o nome de alguns barzinhos nas proximidades dessa rua como sendo excelentes opções para comer bem com uma taça de vinho por um preço acessível (cerca de 8 euros). Bem, como já falei aqui, nós costumamos testar mesmo essas dicas e fomos direto ao bar indicado na reportagem: Fuori Porta.
Segundo disse a jornalista, lá deveríamos pedir uma taça de vinho que o aperitivo estaria automaticamente incluso. Fizemos exatamente como ensinado e nada aconteceu, não recebemos nenhum aperitivo acompanhando o vinho. Decidimos, então, pedir a conta e sair à francesa, com a impressão de que tinha havido algum engano na reportagem. Descendo a Via del Monte, deparamo-nos com o Rifrullo (Via San Niccolo) cheio de gente na sua entrada. Decidimos entrar para ver se valia à pena tomar um drink e petiscar alguma coisa (já que os preços do Fuori Porta eram um pouco salgados). Pedimos uma taça de vinho para cada e, (pimba!), a garçonete nos perguntou se queríamos pagar só pelo vinho (5 euros) ou o vinho mais aperitivo (8 euros).
Arriscamos no vinho com aperitivo e percebemos que a jornalista não tinha errado tanto quanto haviamos pensado. No balcão do bar estavam servidos pratos quentes e frios, pastas, patês, canapés, torradas, enfim, várias opções de comida das quais as pessoas podiam se servir à vontade e várias vezes sem precisar pagar por outra taça ou drink. Um farto e delicioso jantar por oito euros!! Mas o melhor jantar aconteceu mesmo na noite seguinte, no Zöe (que fica bem próximo da Via San Niccolo). Os aperitivos desse barzinho foram imbatíveis!
Tinha cuzcuz marroquino, pastas quentes e frias, risoto de frutos do mar, bruschetta, canapés, enfim, uma variedade imensa de comida por 8 euros com uma taça de vinho! Depois percebemos que a maioria dos bares de Florença aderiu a esse tipo de happy hour e tem atraído muita gente nesse período de vacas magras da economia européia.
Prova disso é que não só os bares um pouco mais distantes do centro nervoso da cidade atraem fregueses com o drink+aperitivos, no Moyo, um barzinho super transado que fica na Via dei Benci, também serve comidinhas deliciosas para os clientes que pedem bebida ou vinho.
Amei! Achei uma excelente idéia para atrair fregueses (atrai e muito!).
Deveríamos adotá-la, também, aqui no Brasil.

Florence - 2a parte

Continuando...
Dia seguinte, renovados e bem alimentados, saímos com intuito de desbravar Florença, berço do renascimento italiano. O dia estava chuvoso e fazia um pouco de frio, mas nada comparado àquele vivenciado no inverno europeu. A temperatura oscilava em torno dos 15ºC, excelente para caminhar porque a gente não transpira nada. Seguimos rumo à Piazza della Signoria, praça central da cidade e um verdadeiro museu a céu aberto, onde estão expostas importantes obras do Renascimento Italiano. Nesta praça podemos visitar, também, o Palazzo Vecchio, atual sede do município florentino e a Loggia dei Lanzi, onde podemos apreciar esculturas da Antiguidade Clássica a céu aberto e sem pagar nada. Quem quiser, pode ler um pouco mais sobre essa importante obra florentina aqui. O bom de estar em Florença é que lá o turista tropeça, literalmente, na história a todo momento. Na Piazza del Duomo, encontra-se a Basília Santa Maria del Fiore, o Duomo da Arquidiocese da Igreja Católica Romana de Florença, com sua cúpula e campanário belíssimos. Apesar da chuva (que não parou um segundo neste dia), a fila para entrar nessa igreja estava enorme, mas não hesitem em enfrentá-la, pois deixar Florença sem conhecer este importante monumento é um sacrilégio! A poucos passos da igreja encontramos monumentos de relevada importância: Capanile di Giotto e o batistério dedicado a São João Batista. Esses monumentos, juntamente com a Basílica, compõem um pequeno complexo ao redor da Piazza del Duomo e a maior concentração de pessoas fica mesmo em frente da Duomo (quem quiser saber mais sobre a Basília pode acessar aqui) Dirigimo-nos, então, para a Ponte Vechio, erguida sobre o rio Arno. Uma construção que remonta a época romana que não foi danificada durante a Segunda Guerra Mundial pelos alemães, dizem, que devido a uma ordem direta de Hitler. A ponte possui uma fila de casinhas nos dois lados onde ourives e joalherias vendem jóias e bijouterias finas. O apelo para o turista investir num "regalo" é enorme. A mulherada se realiza naquele lugar!!! Fizemos uma rápida pesquisa, pois Hélio cogitou comprar-me um anel para eternizar aquele momento, mas os preços não estavam nada convidativos. A Ponte Vechio é bonita, diferente das demais de Florença e de todas que já vi, mas não se parece muito com uma ponte e sim com uma galeria comercial.
Não é um lugar que você passe e tenha uma boa visão da cidade. Lá você só tem olhos para as vitrines que te convidam para gastar... Você pode ler um pouco mais sobre a Ponte Vechio neste site. Depois de tanto andar, resolvemos parar para almoçar. Durante as semanas de intenso planejamento desta viagem, separamos algumas dicas de restaurantes retiradas de blogs e revistas, principalmente, da revista Viagem e Turismo, da qual somos assinantes há alguns anos. Numa de suas reportagens, de abril de 2010, uma jornalista indicou a Trattoria Ponte Vechio como sendo um lugar para o turista fazer uma boa refeição a um custo modesto. Nesse ponto, somos turístas acidentais mesmo, pois, ainda que não façamos exatamente o que algumas boas dicas aconselham, vamos lá só pra conferir. E foi por esse motivo que almoçamos no tal restaurante. Através da reportagem, soubemos que um bom almoço não sairia por mais de 20 euros por pessoa (com bruschetta de entrada, lasanha, vinho da casa e tiramisu). Tudo estava batendo perfeitamente com o relato da jornalista, mas nós decidimos fugir um pouco do menu turistico e pedimos uma bisteca florentina (que custava 40 euros o quilo).
O dono (uma simpatia de pessoa) e o lugar não poderiam ser mais apropriados para saborear esse típico prato: o local fica de frente para o Rio Arno e olhando para a Ponte Vecchio.
Sem comentários! A bruschetta é sensacional e a bisteca, hummm..., nem sei se falo!!!
O vinho também não foi o da casa (como recomendado pela revista), pedimos um Pio Cesare delicioso e ficamos ali apreciando aquele momento segundo a segundo.
Até que a conta veio e estragou tudo!
Oitenta euros!
Bom, mas valeu.
Acho que o sabor da bruschetta, da bisteca e do vinho nunca sairão de minha memória.
No fim, são momentos e prazeres como esse que fazem a diferença em qualquer viagem.
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