quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aix-en-Provence: cidade das mil fontes


Peter Mayle, autor inglês da obra Um Ano na Provence sugere que, para conhecer a Provence profunda, autêntica, deve-se explorar o interior ao norte de Mont Ventoux, a pé ou de biscicleta, e se perder.
Para ele, o Luberon é impressionante. Vilas como Bonnieux, Menérbes e Gordes, só podem ter sido feitas para ser fotografadas. Eu não conheci as duas primeiras, mas Gordes é destino obrigatório para quem vai à região.
Não preciso dizer que o livro é uma leitura obrigatória para quem pretende conhecer essa fantástica região francesa. Folheando suas páginas, você encontrará tudo o que precisa saber para aproveitar o que a Provence oferece de melhor.
Neste blog, você pode conferir dica dada pelo Peter (olha que intimidade...rsrsrs), em entrevista para a repórter Rachel Verano, que repete o que venho dizendo em todos os posts que escrevi sobre a Provence: "Escolha uma base, alugue um carro e planeje uma série de viagens. Há tanta coisa para ver que você não precisará ir muito longe. E, independentemente de onde estiver,  não corra. Relaxe! Lembre-se de que você sempre poderá voltar."
Depois que você conhece um ou dois vilarejos da Provence, nem precisa ser Peter Mayle para constatar isso, pois este é o espírito da região e de seus habitantes.
Chegamos em Aix pela manhã e resolvemos sair pela cidade sem rumo certo. Não tínhamos muito tempo e, pra dizer a verdade, em Aix, não seguimos os conselhos que venho dando aqui. Já diz sabiamente o ditado popular: "Faze o que digo, mas não faze o que faço".
Espere, deixe-me explicar. Isso somente aconteceu porque o tempo era curto já que tínhamos que voltar para Itália no mesmo dia e ainda pretendíamos passar em Grasse (totalmente dispensável, a meu ver), antes de pegarmos a estrada de volta a Centallo.
Então, pernas para que te quero!!! Andamos por Aix apenas para ter uma impressão do lugar e me arrependo de não ter dedicado ao menos um dia para conhecê-la melhor, já que a cidade é extremamente vibrante.
É uma cidade que foge um pouco dos padrões provençais aos quais já estávamos nos acostumando. 
A população que transita em Aix é jovem, atraída por suas universidades e escolas de artes.
Outra curiosidade que vale a pena mencionar é que Aix é a terra natal do pintor Paul Cézanne e, do mesmo modo que as pessoas visitam Saint-Rémy-de-Provence em busca de vestígios da passagem de Van Gogh, em Aix as pessoas procuram rastros desse famoso artista. E não é difícil achá-los, já que várias calçadas estão marcadas com a letra C dourada, indicando seus passos.
Quem pretende visitar a cidade não pode deixar de conhecer o Atelier Cézanne (que permanece intacto desde sua morte), e, outra dica de um bom passeio foi dada por Rachel Verano, no blog Viajar Bem e Barato:
"Uma dica que quase ninguém conhece e que foi uma grata surpresa graças a uma velhinha que nos interceptou no meio da rua: ao sair do ateliê, continue subindo a rua até encontrar umas escadinhas do lado esquerdo. No alto delas fica uma pracinha onde Cézanne pintou vários quadros – réplicas dos principais deles estão lá (é curioso comparar como a vista mudou com o crescimento da cidade)". Essa nós não conhecíamos e ficou a vontade de voltar lá pra conferir.
A principal rua da cidade se chama Cours Mirabeau (a rua é cheia de árvores de um lado e do outro), e com cafés, livrarias e jovens circulando. Um astral.
Vale à pena também fazer uma caminhada pela cidade antiga e pelo Quartier Mazain. Tem mercados e  cafés por lá também.
Imprescindível mesmo é fazer uma parada na doceria Béchard (que tem mais de um século). Os doces são uma perdição de tão gostosos e o visual da loja faz você, literalmente, comê-los com os olhos.
Então, fica aqui a minha dica:

1. Béchard: 12 Cours Mirabeau

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Visitando Arles


No post anterior, comentei sobre a possibilidade de se constatar in loco as marcas deixadas pelo Império Romano na Provence e da passagem de artistas renomados, como Vicente Van Gogh em cidades como Saint-Rèmy-de-Provence e Arles.

Essas curiosidades desvendadas durante uma viagem dão um plus significativo. Eu acho super bacana estar em um lugar e saber um pouco mais sobre a vida de pessoas como Van Gogh e Cezanne (falaremos mais sobre este último no post sobre Aix-en-Provence).
Geralmente, nós não viajamos em busca de evidências da passagem de pessoas como estes artistas pelos destinos que escolhemos, isso acontece por pura coincidência. Mas é muito bom deparar com a tumba de Maquiavel (em Florença), por exemplo. Ou ver a múmia de Cleópatra (Museu Britânico, Londres). Ou saber que Van Gogh pintou vários quadros inspirado pelas paisagens de Arles.
Muitos turistas viajam, exclusivamente, para seguir os passos que artistas importantes como estes deixaram pela Europa. Traçam seu roteiro e visitam apenas esses lugares, assim como acontece com o tuismo religioso. É um outro estilo de viagem e deve ser feito por quem curte e conhece bem a vida desses artistas, do contrário, correrá o risco de tornar seu passeio frustrante e sem graça.
Para quem pretende investir nesse tipo de turismo eu aconselho planejar muito bem sua viagem, além de  ter um conhecimento prévio sobre o seu artista inspirador. Não entre nessa onda só por modismo ou por achar que quem faz isso é mais cult do que outras pessoas. O legal é ser você mesmo, portanto não se preocupe com o que os outros vão pensar.
Bom, Arles é uma cidade super charmosa da Provença. Já disse isso sobre as outras, não foi? Mas é assim mesmo...Não dá pra falar mal. São lugares tranquilos, onde o turista passeia por suas ruelas com calma, sem pressa. A oportunidade de apreciar os detalhes de lugares como este, nem "credicard paga". Almoçar às pressas ou viver com a sensação de estar perdendo tempo quando parar para comer um crepe na rua não fazem parte deste tipo de viagem.
Estão vendo que eu sou suspeitíssima para falar sobre regiões como a Provence...
Chegamos em Arles à tarde e nossa primeira tarefa foi procurar um hotel para passarmos à noite.
Primeira surpresa: existem vários hotéis bons na cidade com diárias razoáveis. Bom demais! Demos uma volta para fazer uma pesquisa rápida e optamos por um hotel localizado no centro da cidade, cuja diária nos custou 65 euros (uma pechincha se compararmos com outras cidades). O hotel, além de super bem localizado, possuía quartos aconchegantes e bem decorados.
Depois de tomarmos um merecido banho, resolvemos explorar um pouco a cidade e jantarmos em seguida.
A cidade estava mais agitada do que as demais que visitamos pois recebia alguns grupos de jovens estudantes em passeio escolar.
Dia seguinte, saímos prontos para desbravá-la como ela merecia.
Mais vestígios do Império Romano...
Sem brincadeira, esse povo estava em todo o canto!
Não é preciso andar muito para se deparar com o enorme Anfiteatro Romano (talvez a maior atração turística da cidade), localizada no centro da vila.
Vê-se logo que a construção  foi inspirada no Coliseu de Roma.
Caminhando pela rua lateral do anfiteatro se encontram várias lojinhas de souvenirs super charmosinhas.
Outros pontos turísticos de Arles que merecem uma visita: Place de la Republique (principal praça da cidade), Museu Lapidaire, Museu Arlaten, Catedral de São Trifimo, Igreja de Santa Ana, as ruínas das Termas de Constantin, o criptopórtico do Fórum (galerias subterrâneas).
Não deixe de conferir o Café Terrace, pintado por Van Gogh.

FICAR:
O Booking.com dá 34 opções de hotéis em Arles, mas eu sugiro o "Logis De La Muette" (15, Rue Des Suisses), pois é super bem localizado, possibilitando conhecer a cidade a pé.  

DICA:
Fuçando pela web, deparei-me com o Blog As Voltas do Vento. Vale à pena dar uma conferida no post que fala sobre Arles  


terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que Van Gogh viu em Saint-Rémy-de-Provence



Depois de nossa agradável visita à Lourmarin, partimos rumo à Saint-Rèmy-de-Provence, cidade localizada na Provença-Alpes-Costa Azul.
Para quem não sabe, Saint-Rèmy-de-Provence foi o lugar onde Nostradamus nasceu e onde Vicente van Gogh passou um tempo internado em um centro psiquiátrico para tratamento. O local, inclusive, é ponto turístico da cidade.
Saint-Rèmy impressiona por sua beleza e não por acaso seus arredores inspiraram Van Gogh a produzir várias de suas obras.

Resolvemos almoçar por lá antes de seguir para Arles, onde passaríamos a noite, e não nos arrependemos.
Escolhemos o restaurante de forma bastante aleatória, meio que seguindo nossos sentidos. E acertamos na mosca!
O restaurante era do tipo BOM e BARATO (perfeito!), com menus que variavam entre 15 e 18 euros, incluindo a sobremesa. Uma delícia!!! Pedimos um vinho da casa (que na Europa é sempre uma boa pedida), o que tornou nossa refeição mais saborosa.
O ponto alto da visita ficou por conta das ruínas romanas da cidade de Glanum.
Pudemos observar claramente vários monumentos dispostos ao longo de um rua central, que caractrizam as cidades da Roma Imperial. É possível perceber um santuário com templos pequenos. No meio, está o centro com uma monumental Basílica, o Fórum, a Cúria e templos. Em seguida, vem a área residencial e barracas.

Segundo historiadores, os habitantes de Glanum (os que sobreviveram às invasões bárbaras), fundaram a pequena cidade de Saint-Rèmy-de-Provence.
Para dizer a verdade, o que me impressionou mesmo nesta viagem foram as edificações romanas que encontramos por todas as cidades que visitamos. Em todas elas tinha um monumento romano. O povo andava...
Aliás, a passagem dos romanos pelos vilarejos da Provence pode ser constatada através de coliseus, templos, teatros, anfiteatros, aquedutos, estradas, enfim, uma série de elementos da Roma antiga estão concentrados no Sul da França.
Navegando pela web, encontrei um texto super legal sobre o assunto: "DESCUBRA ELEMENTOS HISTÓRICOS DA ROMA ANTIGA NO SUL DA FRANÇA", que você pode ler aqui.

ONDE COMER:
1. Saveur de Provence: 51, Rue Carnot, 13210




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lourmarin

Passada a primeira noite na Provence, mal dormida num hotelzinho achado às pressas em Apt, rumamos logo cedo em direção à Lourmarin, vilarejo rural apontado como uma das mais belas aldeias da França.
Incluimos esse vilarejo em nosso roteiro depois de assistirmos a uma reportagem no Globo Repórter, onde a jornalista Sônia Bridi desvendava os mistérios de se comer bem na França.
É o tipo de vilarejo que pode ser visitado no estilo bate-e-volta, partindo de uma cidade maiorzinha onde você esteja hospedado.
Uma manhã ou uma tarde é tempo suficiente para andar por suas ruelas charmosas, apreciar as simpáticas lojinhas de decoração e as boulangeries locais.
O clima do lugar é bucólico e suas ruas estreitas são perfeitas para uma caminhada despretenciosa.
Chegamos pela manhã e a impressão que tivemos foi a de um despertar preguiçoso. Clima ameno de primavera e moradores comprando pães e queijos franceses para o café da manhã. Parecia cenário de um filme!
Não se tem muito o que fazer (ainda bem), portanto, o legal é observar a arquitetura típica e as encantadoras casas antigas restauradas (com janelas cor de lavanda) e as bem sombreada praças públicas.
Não por acaso, resolvemos tomar nosso café da manhã em Lourmarin e mergulhamos de vez na atmosfera gentil Provençal.
Destaques:
1. Castelo de Lourmarin: além de interessante, guarda fotografias de grandes personalidades que já visitaram a vila. Na saída, não deixe de passar na "cave" do castelo onde se pode comprar maravilhosos vinhos da região por reços accessíveis.
2. Sexta-feira de manhã é dia de marcado livre.
Curiosidade:
1. Albert Camus morou em Lourmarin.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Resumo das cidades provençais Apt e Gordes

Conforme falei no post anterior, incluímos no nosso roteiro algumas das principais cidades da Região da Provença. O interessante deste tipo de viagem é usar uma cidade maiorzinha como base e passar o dia conhecendo os inúmeros vilarejos rurais localizados nas suas proximidades e não faltam opções para todos os gostos. Porém, você só vai saber se fez as escolhas certas depois que chegar lá e conferir.
Como já falei aqui, nós pesquisamos sobre todos os lugares para onde fomos, mas nos orientamos muito por dicas também e pegamos pitacos de alguns roteiros. Acertamos alguns, mas outros deixaram a desejar.
Por isso, aconselho a todos buscarem muita informação e usarem um pouco da intuição pessoal. Não basta apenas pegar uma dica de alguém que amou um lugar porque essa pessoa pode ter um gosto totalmente diferente do seu.
É sempre bom ver fotos da cidade, dar uma conferida lá no wikipédia, traçar uma rota básica no google maps e checar o booking (para ver os hotéis disponíveis no lugar, e, quem sabe, reservar previamente).
Fazer isso é básico!!! Viajar às cegas nunca dá certo (salvo raríssimas exceções).
Nossa primeira parada foi em APT , uma cidade bonitinha, mas crescidinha demais para o meu gosto.
Nesta viagem eu queria mesmo era conhecer os vilarejos miudinhos, cujo charme e atrativo estão justamente no fato de serem pequenos. Queria era andar sem pressa, curtindo cada detalhe do lugar. O centrinho de Apt é bem organizado, mas depois que a gente andou por outras cidades do mesmo porte, chegamos a conclusão de que eles se parecem muito, especialmente, as ruelas turísticas, cujas lojas vendem basicamente os mesmos produtos (parece que só existe um fornecedor de sachês, sabonetes e afins em toda a região).
Já nos vilarejos a história é um pouco diferente. É quase certo encontrarmos uma padaria artesanal (aquelas que fazem pães fantásticos) ou uma lojinha vendendo compotas de doces caseiros. Elas sempre têm um diferencial.
A idéia desse tipo de turismo é exatamente oposta a de quem vai para lugares agitados: você tem que sentir prazer com as coisas simples e isso nem todos os turistas conseguem fazer. De Apt nós seguimos rumo à GORDES, uma cidade fantástica (que fica a 40 km de Avignon e a 100 km de Marselha), cujas casas são feitas de pedra clara e que foram construídas colina abaixo. Nunca vi nada igual!!
Chegamos a Gordes no início da tarde. A cidade estava bastante tranquila com poucos turistas, o que facilitou nosso passeio despretencioso por quase todas as suas ruelas charmosas e por seus jardins floridos (era primavera).
Em Gordes, nós decidimos procurar um hotel da rede bed and breakfast para dormirmos, pois pretendíamos pernoitar nas redondezas de nosso próximo destino: Saint-Rémy-de-Provence. Esse foi o graaannnndddeee stress da viagem. As placas afixadas na beira da estrada davam a entender que o hotel estaria próximo àquele ponto. Só que eles não estavam e perdemos muito tempo (e gasolina) retornando para a estrada principal.
É mais ou menos assim: você tá na rota principal, vê uma placa dessa rede de hotel/pousada, acha que ele está próximo, aí pega a estradinha que a placa aponta. Anda, anda, anda...mais na frente você vê uma outra placa do mesmo hotel dizendo para você pegar essa outra estradinha, aí você (que já está ali mesmo) termina pegando e anda mais um bocado até perceber a existência de uma outra placa apontando para uma nova estradinha, então, você volta todo o percurso achando uma sacanagem o que esse hotel fez. Nisso você perde, pelo menos, uma hora.
Acontece que não foi um caso isolado, isso aconteceu pelo menos três vezes, até nós decidirmos dormir em Apt num hotelzinho achado às pressas, tarde da noite.
Nada romântico para a nossa primeira noite na Provença.
DESTAQUES:
1. Gordes: Para a igreja de origem romana e o castelo Renascentista, de fundações galo-romanas, atualmente ocupado pela Câmara Municipal e pelo Museu Pol Mara do pintor flamengo contemporâneo.
2. Terça-feira de manhã é dia de mercado.
CURIOSIDADE:
Ao contrário de nossas feiras que vendem basicamente frutas e verduras, os mercados livres europeus vendem de tudo, roupas, panelas, artigos de decoração, queijos, verduras, bijus, relógios, enfim, você pode comprar artigos super diferentes por uma pechincha!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Onde foi que eu parei?


Cruzando os Alpes rumo à França
 Quando você pensar em viajar pela Provença, deixe de lado a pressa, ansiedade e permita-se fazer um passeio relaxado e tranquilo. Diferentemente dos outros roteiros turísticos que você possa ter feito, aqui não há lugar para correria, tampouco se vê enormes filas para nada.
Lá devemos apenas observar, caminhar, degustar, apreciar, ouvir, conversar, rir.
Esqueça o tempo e se entregue aos cheiros e sabores locais. Tudo nos vilarejos que formam a Provença merece sua atenção e nada deve passar despercebido.
A paisagem, por si só, vale a viagem, pois exerce sobre o viajante um apelo tentador através de suas montanhas de formatos exóticos e das incontáveis plantações de lavanda.
Aliás, plantações de lavanda não faltam na Provença. Portanto, eu aconselho não parar em todas elas para tirar AQUELA foto. Existem várias pelo caminho e sempre aparece uma maior do que a outra para fotografar.
Nossa viagem pelos Alpes rumo à Provença foi super bacana, primeiro por ser um roteiro um tanto exclusivo (já que só pode ser feito de carro), segundo pelas companhias.
Ao longo de todo o percurso podem ser vistos muitos vilarejos, sendo a maioria formado por casinhas de pedra, aliás, essa é uma exigência das Comunas (como os italianos chama seus municípios), para manter o clima rústico do lugar.
Conhecemos a charmosa Sambuco, onde tivemos a oportunidade de tomar água natural que escorria das montanhas e jorrava numa fonte ao lado da casa que nossos amigos possuem nessa cidade. A água é super leve e estava bem geladinha, já que ainda havia bastante neve na ponta das montanhas.


SAMBUCO
 Esses pequenos vilarejos são destinos altamente procurados pelos europeus durante o inverno para a prática de esqui e esportes afins. Durante o verão, o interesse muda para as trilhas, passeios de biscicleta ou, simplesmente, para fazer pequeniques com a família.
A paisagem é exuberante e vale todas as fotos que tiramos durante o trajeto até APT, primeira cidade da Provença que nós visitamos.
Aliás, nosso percurso (cujas cidades foram pesquisadas à exaustão), incluía APT, GORDES, LOURMARIN, GRASSE, MURS, AIX-EN-PROVENCE, SAINT-RÉMY-DE-PROVENCE, ARLES (não nessa ordem).
Falarei um pouco mais sobre esses lugares nas próximas postagens.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Provença, enfim

Decidimos conhecer algumas cidades da Provença devido à minha vontade, cada vez maior, de fugir dos grandes centros urbanos. O que me chamou mais atenção na primeira vez que fui à Europa foram as pequenas cidades e vilarejos, cujas peculiaridades e rotina são muito mais atraentes do que a agitação das grandes capitais. Isso não quer dizer que não ache Paris, Londres e Nova Iorque, por exemplo, cidades interessantes, mas é que o tempo passa mais devagar nas pequenas e charmosas cidades européias devido ao estilo de vida de seus habitantes. Por esses motivos - aliando-os com as imagens obtidas através da internet -, decidimos que, esse ano, nós conheceríamos algumas cidades da Provença. Começamos a traçar, então, nossa viagem. Bom, em primeiro lugar, é preciso saber que não existem trens ligando a grande maioria das cidades dessa região (o que as torna mais encantadoras ainda devido a dificuldade de acesso de turistas).
Portanto, quem quiser viajar pela Provença tem que alugar um carro. Não tem outro jeito! Você pode retardar um pouco o custo do aluguel, pegando um trem, por exemplo, de Paris até Avignon, Aix-en-Provence e Lyon; de Avignon para Aix-en-Provence e Arles (que são cidades um pouco maiores), mas daí, você tem que procurar uma locadora, pois só o carro te possibilitará enveredar pelo interior (que eu julgo ser a parte mais interessante da Provença). No nosso caso, não fizemos nem uma coisa nem outra, preferimos programar nossa viagem com um casal de amigos bem legal que mora na Itália e com os quais havíamos nos comprometido a viajar juntos um dia. Procuramos saber a disponibilidade deles com certa antecedência e, para nossa alegria, eles puderam tirar três dias de folga para viajar conosco. Perfeito!
Eles moram em Centallo, na província de Cuneo que fica, mais ou menos, duas horas e meia dos Alpes Altos da França, ou seja, uma região que Umberto conhecia bem.
E foi por conhecer bem esse lugar que ele sugeriu seguirmos pela Rota de la Bonette, roteiro bem mais interessante e exclusivo. Já começamos nossa viagem no espírito provençal! Isto porque auto-estrada é sinônimo de alta velocidade, ronco de motores, ao passo que a Rota de la Bonette representa o silêncio e a tranqüilidade dos Alpes (que ainda estavam branquinhos de neve naquele mês primaveril). Enfim, tudo o que queríamos aqueles dias depois dos transtornos causados pela fumaça do vulcão e dos dias agitados em Florença. Outra coisa, quando estávamos planejando nossa viagem, percebi que um recurso que o bom viajante não pode abrir mão é o GOOGLE MAPS. Acessando-o, você pode ver os locais que pretende conhecer, através de imagens, além de visualizar a distância de um ponto a outro. Você pode também salvar seus mapas para acessá-los onde e quando quiser, basta fazer o login com uma conta GMAIL. O google maps nos ajudou muito na escolha dos lugares que visitaríamos dessa vez, pois estávamos levando em consideração, principalmente, a distância entre eles (que deveria ser curta para nos possibilitar conhecer mais cidades). Mas, cá para nós, na hora H, percorrendo os caminhos sinuosos da Provença, o que funcionou mesmo foi um bom mapa da região que Umberto, nosso amigo italiano, possuía. Aliás, esse é um outro fator que muda o resultado de qualquer viagem de bom para excelente: viajar com alguém que more ou que já tenha ido alguma vez para o lugar que você pretende conhecer.
Embora viajar acompanhado por outras pessoas implique em ter que ceder de vez em quando, em manter o espírito coletivo sempre alerta e ter que ajustar seus interesses com os do outro, o fato é que quando alcançamos esse equilíbrio, a viagem se torna ainda mais prazerosa
Não esqueçam de que companheiros mal escolhidos resultam em viagens frustradas! Dessa vez, resolvemos apostar e acertamos. Umberto e Rogéria foram excelentes companheiros de viagem e já estamos programando a próxima viagem.
PLANEJE-SE:
Quando começar a planejar suas viagens para Europa, acesse o site da Eurail para consultar as tabelas oficiais de horários das ferrovias para informações atualizadas e para saber sobre horários e conexões ferroviárias entre um grande número de cidades européias.
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